“Sabará veste com orgulho os seus andrajos… Faz muito bem, cidade teimosa,” escreve Carlos Drummond de Andrade em dedicatória a Aníbal M. Machado, escritor nascido em Sabará.

E terreiros nasce aqui, vestindo um tempo e espaço únicos e sem forma preestabelecido. Terreiros é lugar onde quem molda os termos é a fé, esse corpo território que não se situa, mas procuro imagetificar a partir do que vejo e principalmente do que sinto sobre arte.

Dedico essa mostra as memórias que tem cheiro de café;

Às coisas que parecem menores quando a gente cresce, as cartas que guardo, às receitas de chá, a todas as recomendações de me agasalhar e a vocês estão sempre orando por mim.

Às crianças que continuam crescendo, mas não falta mais leite apesar dos tempos difíceis e á todas as vezes que pedimos desculpas pelos erros, sejam eles de escrita ou da vida. Dedico a vocês que me ensinaram bem como ser quem sou, apesar de quem, como ou onde. O caminho é tortuoso e vocês já sabiam muito bem disso, mas deixaram todas as quedas serem o fim do mundo quando o que viria dali pra frente seria maré alta.

O que seria do centro sem a margem? Esse é um agradecimento especial a minha bisá, minhas avós, minha mãe e minhas tias que fizeram ser impossível eu ser apenas um rio que se acomoda no seu leito.

Para todas as pessoas que toparam estar aqui e fazer isso acontecer, a Vitor pelo companheirismo e acolhida e a Maria Gabriella pela paciência e a todos os meus amigos por entenderem o papel da arte na minha vida. 

Por fim agradeço a toda equipe do BDMG Cultural pelo apoio e empenho no processo de construção dessa exposição.

Terreiros é um processo de pesquisa que se espiraliza pelas nuances do tempo que perpetuam nossas existências e resistências.